Blog da Laura Peruchi – Tudo sobre Nova York
turismo

Como se virar em Nova York sem falar inglês?

É fato: nem todo mundo que viaja para o exterior fala inglês. Porém, pare e pense um pouquinho: quantas pessoas, dentre as que você conhece, já viajaram para outro país? Quantas delas falavam inglês na ocasião da viagem? É bem provável que você conheça algumas que não falam inglês – ou contam com um nível muito básico – e, mesmo assim, isso não foi algo que as impediu de viajar. Há quem prefira contratar uma agência de viagem para não se preocupar – porém, saiba que não é impossível vir para Nova York sem falar inglês. Pesquisa e planejamento ajudam bastante! Para encorajar aqueles que estão com medo de encarar essa aventura, convidei alguns leitores do blog para contarem suas experiências com pouca ou nenhuma fluência no idioma.

Aliane Leopoldino Maciel – Itatiba – SP – 42 anos
Nível de inglês – básico

“Eu e meu marido desembarcamos em Nova York  pela primeira vez dia 9 de janeiro de 2015.  Planejamos a viagem dois meses antes, depois de desistirmos de viajar pelo Brasil por conta dos preços altíssimos do período das férias. Ficamos 10 dias – era muito frio, como já esperávamos, sem neve, mas com temperatura mínima -8, máxima 2 ou 3. Fizemos nosso roteiro, relembramos o idioma com aqueles livros “Como dizer tudo em inglês” (meu marido também com inglês básico), encontrei o canal da Laura no YouTube (e não larguei mais kkk) e com as dicas dela fomos num dia chuvoso até Jersey Gardens! Maravilhoso… Eu me preparei para conseguir perguntar tudo o que eu queria comprar, lugares para visitar e tal. Só tinha um detalhe: meus ouvidos e cérebro não entendiam a resposta! Um dia, no Plaza Hotel, aquele do filme “Esqueceram de Mim”, eu precisava muito ir ao banheiro. Perguntei onde era e adivinha? Não entendi a resposta. Fiz aquela cara de paisagem inevitável e a moça repetiu gesticulando. Era algo como “straight ahead and turn left” (siga reto e vire à esquerda). Nunca mais esqueci. E assim, com algumas poucas palavras mágicas em outra língua, cabeça aberta, disposição para aprender e muita vontade de explorar ao máximo, todos têm oportunidade de conhecer o mundo!””

Isabela Straube – Curitiba – PR – 57 anos.
Nível de inglês – básico

“Em 2016, nas duas últimas semanas de julho, fui com uma amiga para Nova York.  Meu nível de inglês é básico e me virei muito bem, até porque minha amiga não fala absolutamente nada. Claro que, antes de sair do Brasil, fiz um roteiro com a Nyorquina Paty (clique aqui para saber mais) e comprei um chip (super importante) para estar conectada com ela durante as 24 horas do dia. E ela foi super querida, dando várias dicas, até de remédio para uma bolha enorme que apareceu no pé quando fui no outlet. Histórias engraçadas sempre existem e se não fossem por elas a viagem nem seria tão interessante. Nada como lembrar depois e dar muitas risadas. Achei os novaiorquinos super prestativos e, sempre que nos viam com um mapa na mão, vinham perguntar se precisávamos de ajuda. Quando tinha muita dificuldade com a língua e realmente não entendia o que estavam me falando – isso em restaurantes – pedia ao cozinheiro, ao lavador de prato ou qualquer sul americano e me virava em espanhol. Também fiz muito uso do Google Tradutor e do Google Mapas. Aliás, numa farmácia, eu me interessei por uns cremes e a vendedora, super bacana, fez uso do tradutor, o que nos permitiu “conversar” super bem! Até amostras eu ganhei! Outra dica: andar naquele ônibus de dois andares valeu muito a pena. Tem áudio em português. Mas, não desça em nenhum local. Faça todo o passeio conhecendo de cima os pontos turísticos e só depois, no outro dia, escolha o que gostou mais e explore!  Enfim, sempre tive medo de viajar por não saber a língua local e, depois dessa viagem, não tenho mais medo algum. Vi que no mundo todo existem pessoas boas que procuram ajudar. Tanto que, ano que vem, vou para a Europa (Holanda, Bélgica, Alemanha, Espanha e Portugal). Então, o que eu posso dizer para quem quer viajar e está com medo? Deixa disso! Vá! Aproveite! Curta! Vai ser uma viagem maravilhosa!”

Vinícius Barbosa – São Paulo/SP – 29 anos.
Nível de inglês: básico

“Visto aprovado, passagens compradas e lá fui eu montar roteiro, fazer planos, comprar dólares e ficar muito, muito ansioso. Foi minha primeira vez nos Estados Unidos, sozinho em Nova York. Além de um sonho antigo, a cidade me permitia estar sozinho e curtir cada pedaço. O principal “problema”? Eu não falo inglês. É claro que o básico – como o nome de alguns alimentos, direção, cumprimentos e frases simples eu consigo falar (talvez não com um nativo rs) e foi este meu desafio. Logo no primeiro dia tive que sair do HI Hostel na 103 em Upper West Side e ir ao Madson Square Garden, assistir a um show que eu esperava muito e foi aí que caiu a ficha que precisaria me virar com meu “the book is on the table”. Com muita cara de pau e senso de humor, lá fui eu. Desci na estação certa, fui seguindo todas as placas, perguntei aqui, perguntei ali e lá estava eu, no MSG, no primeiro dia, nas primeiras quatro horas em Nova York. Com o passar dos dias (fiquei 9 dias por lá) você vai pegando “as manhas” de como perguntar o preço, como pedir algo para comer, beber, começa a entender valores, o troco e por aí vai. Creia, mas consegui fazer tudo que estava planejado, comprar tudo que queria, pedir um tamanho de tênis maior e até perguntar ao vendedor qual modelo ele preferia – eu acho que ele entendeu isso. Outro ponto positivo é que, por conta do turismo, os vendedores e atendentes estão preparados para tentar te entender ou não entender mesmo. E se você souber um pouco, em alguns casos o espanhol pode ajudar, como numa visita que fiz ao Olive Garden. Acabei passando um sufoco no meu último dia de viagem. Lá estava o Vinícius com o trajeto até o JFK decorado e eis que o metrô só estava funcionado até a Penn Station, e agora? Tive que descer e o santo Google só me indicava o LIRR (trem). Estação diferente, sem catraca, sem MetroCard e uma salvação: um balcão de informações. Logo pensei: ali eles devem falar espanhol. Engano meu. Consegui entender poucas palavras – buy, ticket, machine, down, stairs, go, train. Foi o suficiente para eu pensar, é agora ou nunca. Comprei o ticket mais barato, peguei o trem na direção certa e aqui estou para contar para vocês que deu tudo certo, só foi precisei encarar com tranquilidade e bom humor esta experiência incrível (inclusive de aprender algumas palavras novas).”

Dicas que ajudam! 

Viviane Bonfim é brasileira, leitora do blog e Elementary Teacher (professora em escola americana aqui em Nova York, onde a língua de instrução, obviamente, é o inglês). A Vivi compartilha algumas dicas básicas para quem não tem fluência no inglês e está planejando a viagem.

Fazer uma viagem internacional é algo que costuma ser planejado com alguma antecedência. Alguns fatores são sempre levados em conta como o destino, a época do ano e ,também, como vou me comunicar no idioma local. Caso seu país destino seja algum que tenha o Inglês como língua oficial, a comunicação será nesse idioma. O idioma Inglês é considerado “Lingua franca”, ou seja, é a língua tomada como língua comum de grupos sociais que falam, cada um , uma língua diferente. Desde cedo somos bombardeados com palavras,frases e termos em Inglês no nosso dia a dia, então é comum uma pessoa não ser considerada “zerada” no idioma.

Para quem tem um nível básico,eu diria que 4 atitudes são fundamentais antes de sair mundo afora:

1. Pesquise o seu destino com antecedência: saiba o que fazer, aonde ir ecomo se deslocar. Entre na internet, o Blog da Laura é completíssimo, e busque informações sobre transporte público, valores cobrados por atrações e horários de funcionamento. Isso irá fazer com que você minimize as necessidades de perguntar coisas que já deveriam começar solucionadas.

2. Use um caderninho (ou o bloco de notas do celular): tenha ele no bolso com as frases que você certamente usará durante a viagem. Entre várias, “por favor, me deixe em…” é essencial. As especiais são: “sou diabético”, “sou vegetariano” e “sou alérgico a…”.

3. Saiba e use as palavras de educação: “Please “, “Thank you”, “Excuse me “ são fundamentais. Qualquer um se torna prestativo quando um mímico utiliza um “bom dia senhor” em inglês acompanhado de um sorriso antes de começar a balançar os braços. Até mesmo um New Yorker… (boa sorte nessa!)

4.  Transforme o seu smartphone em um aparelho realmente inteligente: existem dezenas de aplicativos tradutores, conheça alguns deles e ande com o seu telefone carregado, ou tenha um carregador portátil e faça valer o investimento! Os aplicativos abaixo serão a sua melhor companhia:

– Google Translate: O Google Translate é uma boa ferramenta para ajudar quem não é fluente na língua. Como a maioria dos turistas em Nova York faz uso da internet, seja comprando um chip ou utilizando WI-FI, conseguir acesso ao Google Translate não é um problema. Ele pode ser baixado no celular ou tablet na forma de aplicativo ou pode ser acessado no seu navegador (www.googletranslate.com). O Google Translate não traduz apenas palavras,mas também frases completes e se a tradução desejadanão for gíria ou idioms (falsos cognatos), consegue-se chegar ao objetivo, que é a comunicação.

– Dicionários online: vários dicionários Inglês/ Português e Inglês/Inglês já possuem suas versōes online ou até mesmo possuem aplicativos. A escolha do dicionário ideal é pessoal, mas existem 2 que podem ser muito úteis. Um é o Urban Dictionary, que, como o nome sugere,  é um dicionário urbano e foca em  gírias e idioms (falsos cognatos). O outro é o Linguee, um dicionário básico Português/Inglês. O diferencial é que ele tem  exemplos dos diferentes usos das palabras, como também gírias e os temidos phrasal verbs (verbos em Inglês que se juntam às preposições e/ou advérbios).

Espero que tenham curtido as dicas! Obrigada aos leitores que toparam deixar seus depoimentos e obrigada à Vivi que contribuiu também! 


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