Blog da Laura Peruchi – Tudo sobre Nova York
Diário de viagem

Diário de viagem a Nova York – Lorraine Amorim

O Diário de Viagem é uma seção que traz relatos de leitores do blog. Nesses relatos, eles contam como foi a viagem a Nova York, o que mais gostaram de fazer, o que não gostaram, dividem dicas, enfim: um diário mesmo. A convidada de hoje é a Lorraine Amorim, de Passos, MG. Ela ficou 9 dias na cidade, em abril de 2017 .  Para conferir mais relatos, clique aqui.

Sabe quando a gente acorda com aquela vontade de dar uma chacoalhada na vida? De colocar os planos em prática? Quando a gente organiza as ideias e pensa: agora vai! Pois é! O sonho de conhecer Nova York era antigo. A atração pela cidade era algo inexplicável. Um ímã, uma identificação, uma conspiração ou sei lá o quê. Parece clichê, mas não consigo achar outra definição. Tinha que ser Nova York! Foram nove meses de planejamento. E esse planejamento cuidadoso fez toda a diferença na minha viagem. Na verdade, sou assim para tudo na vida. Gosto de tudo muito bem organizado e odeio quando as coisas saem do script (mal sabia eu o que me aguardava hehehe). Precisava me sentir confiante de que tudo daria certo e por isso cuidei de cada detalhe.

A escolha do mês – escolhi abril porque, para mim, a temperatura faz toda diferença na hora de decidir passeios. Queria um friozinho, mas nem tanto. A ideia de ir durante a primavera me animou muito! Adoro paisagens floridas!

As estações do ano em Nova York

Inglês – meu inglês é básico. Bem básico. Adoro me comunicar e tenho zero vergonha! Aproveitei o tempo que tive antes da viagem para aprender palavras novas e as frases mais usadas, garantindo, assim, a minha sobrevivência por alguns dias. Estando sozinha, tudo dependeria só de mim: imigração, check-in, comprar comida, ingresso e por aí vai…

Veja o post sobre como se virar na cidade sem falar inglês.

Voo – comprei o pacote pela Decolar (voo + hospedagem) e achei que super valeu a pena. Saí de São Paulo. Voei pela Delta, em um voo direto, noturno e tranquilo.

Hospedagem: HI Hosteling Internacional – a princípio, fiquei receosa, confesso. Tenho 35 anos, sou casada e achei que hostel era lugar para a galera jovem, solteira e baladeira. Ledo engano: gostei de cara! O atendimento foi ótimo. O quarto é muito bom, espaçoso. As camas são beliches. Possuem uma mini prateleira, tomadas e luminária individuais. Há também uma proteção em volta que garante uma (pequena) sensação de privacidade. O locker cabe uma mala. Deixava a outra mala ao lado da cama, com cadeado. Era a única do quarto que fazia isso. As outras meninas deixavam tudo aberto, objetos de valor em cima da cama, celulares carregando na tomada. Tudo era muito limpo. Banheiros impecáveis. Cabines com chuveiro e um pequeno espaço para trocar de roupa. A lanchonete de lá também não deixou nada a desejar. Muitas opções de comidas prontas e bebidas. Preços ok. A cozinha é enorme, organizada. Há possibilidade de deixar alimentos na geladeira. Tudo etiquetado. A localização do hostel é muito boa, tem duas estações metrô bem perto. Em 10 minutos estava na Times. Voltei tarde da noite várias vezes. Achei seguro.

Clique aqui para reservar o HI Hosteling Internacional.

Metrô – comprei o Metrocard. Andei de metrô todos os dias. Inclusive na chegada, para ir do JFK para o nostel. Não usei Uber, nem táxi. Usei o SuperShuttle no dia de ir embora porque estava com duas malas pesadas. Contratei o serviço no próprio hostel, no dia em que cheguei. Assim, seria uma coisa a menos para pensar. Não me perdi nenhuma vez! Moro numa cidade pequena e só tinha andado de metrô poucas vezes na vida, sempre acompanhada. O metrô era algo que me assustava, até mais do que o fato de não falar inglês, eu acho. Por isso me dediquei muito a essa preparação. Estudei – e não foi pouco. Tinha a noção de onde ficavam as atrações e como chegaria até lá. Com o roteiro em mãos eu traçava as linhas que me levariam até aquele local.

Confira a série de vídeos sobre o metrô.

Alimentação – sobre restaurantes não tenho muitas dicas, não foi algo que priorizei nessa viagem. Como estava sozinha, a maioria das vezes optei por comida pronta e rápida. Algumas saudáveis, outras não heheheh.

7 restaurantes bons e baratos em Nova York.

Passeios – não comprei o CityPass, nem nada do tipo. Fiz os passeios clássicos: Central Park, Metropolitan Museum (preço sugerido), Memorial 11/09, Observatório do One World Trade Center, passeio (gratuito) até State Island, Grand Central Terminal, Biblioteca Pública, Bryant Park, High Line (não gostei), Chelsea Market, Eataly, 230 Fifth Rooftop, Times Square, Brooklyn Bridge, Dumbo, Chinatown. E outros menos comuns (sou estranha gente hehehe): fui no Mahayana – um templo budista que fica pertinho da Manhattan Bridge. Também visitei várias igrejas, mas uma delas me deixou anestesiada: a Cathedral of Saint John the Divine (perto do hostel, por sinal) é linda! Estilo gótica e gigantesca (a 4ª maior do mundo). Tem os vitrais mais lindos que já vi. Sonho em voltar lá novamente. Também visitei a estação de metrô da Second Avenue com a 72nd street que tem uma galeria de mosaico do artista brasileiro Vik Muniz. Sim! Fui lá só pra ver isso! Fiz até o mais inusitado dos passeios: uma delegacia de policia no Soho. Pois é… nem tudo sai conforme planejamos. Mas esse acontecimento merece um tópico só dele.

Quer saber mais sobre a igreja que ela visitou? Clique aqui.

Saiba tudo sobre o passeio gratuito de ferry!

Walmart – gente, eu a-do-ro supermercados. Sério! Fiquei cinco horas dentro do Walmart. Fui até o Port Autority (aprendi tudo no blog e em vídeos no Youtube), comprei o bilhete ida e volta. Como não tinha objetivo de comprar roupas, preferi o Walmart ao Jersey Gardens, e não me arrependo. Foi lá que fiz grande parte das minhas compras – bem ecléticas por sinal kkk: secador de cabelo, shampoo, condicionador, produtos para o rosto, melatonina, brinquedos, chocolates, kits de meias, a até umas blusinhas super fofas (por U$5, em média) e leggings pra minha filha.

Clique aqu e saiba como chegar ao Walmart.

Brooklyn Botanical Garden – amei ter ido! Foi a cereja do bolo da viagem. Fui no meu úlltimo dia, ceguei bem cedo, depois de uma chuva torrencial. O parque estava lindo (arrepio só de lembrar). Era a floração das cerejeiras, uma das paisagens mais linda da minha vida!

Saiba mais sobre o local.

Cadê minha carteira? Então… Aconteceu! Logo comigo, a mais precavida das pessoas. Cheguei em NY num domingo de manhã, e na segunda-feira, bem cedo, ou seja, 24 horas depois de ter pisado na cidade, faltando ainda 9 dias pela frente, senti falta da minha carteira. Estava no sul da ilha. Tinha acabado de voltar do passeio que passa pela Estátua. Andei pelo Financial District. Tirei umas fotos no Touro, entrei na Century 21 e, quando estava no caixa, percebi que minha carteira não estava na bolsa. Gelei. Respirei. Dei aquela conferida geral de novo, e nada. Tentei lembrar o que tinha dentro dela: alguns poucos dólares e meus dois cartões de crédito! Todo o meu dinheiro e o passaporte estavam comigo na doleira, junto ao corpo. Agradeci a Deus por não ter sido ela. Mas como assim?? Eu estava com dois cartões de crédito, porque um deles eu não deixei guardado na doleira??? Meu pai sempre me falou: nunca carregue todos os seus ovos na mesma cesta. Desculpa, pai kkkk.

Pensei que pudesse ter esquecido na Starbucks, onde tinha tomado café pela manhã. Foi a última vez que tinha tocado na carteira. Não estava lá também. Até o momento, eu achava que por distração, tinha deixado a carteira cair da bolsa, e que alguém, em algum momento da viagem, acharia e a entregaria pra polícia, ou no hostel, sei lá. Só que isso não aconteceu. Ah, esqueci de contar que dentro da carteira tinha o cartão-chave que abria a porta do quarto no hostel, e uma anotação com o endereço de onde eu estava e alguns telefones, incluindo o meu Whastapp. Não era tão difícil assim me achar rsrsr. A medida que os dias iam passando, e nada da carteira aparecer, comecei a pensar na possibilidade de ter sido furtada. Ladrão existe no mundo inteiro, né gente? Não me distanciei da bolsa em momento nenhum, mas lembro que nesse dia, indo para o sul da ilha, o metrô estava lotado, e eu estava em pé, com uma bolsa transversal. Sinceramente, até hoje, sete meses após a viagem, não sei exatamente o que aconteceu.

Com 9 dias de viagem pela frente, eu só tive uma opção. Cancelei os cartões de crédito, reprogramei os meus gastos, e fui ser feliz! A sorte é que tinha dinheiro suficiente. Lóoogico que se estivesse com os cartões teria comprado muito mais. Mas decidi pensar pelo lado positivo: não ia cair dura quando a fatura do cartão chegasse! Eu estava tão envolvida com a viagem, com os passeios, que só no penúltimo dia resolvi parar um policial na rua e contar (gente… foi difícil kkkkk) o que tinha acontecido. Ele abriu o celular dele e me mostrou, no mapa, o endereço de qual delegacia eu deveria procurar. Chegando lá foi outra luta, a de contar toda a história do que ocorreu. A atendente falava um pouco de espanhol e me ajudou a preencher uma folha enorme. Quando saí de lá, eu me dei conta que tinha feito um boletim de ocorrência sem falar inglês! Me achei genial hahahah

Esse foi o relato da minha viagem e da (fantástica) experiência de estar sozinha em Nova York. Coloco-me à disposição para quem tiver dúvidas mais específicas sobre qualquer assunto da viagem.

Obrigada, Lorraine, pelo seu relato!

Gostaram do relato da Lorraine? Se você quiser participar, envie seu relato para análise para laura@lauraperuchi.com COM FOTOS, seu nome completo e cidade/estado. LEMBRE-SE que é preciso ser detalhista. Não precisa escrever um livro, mas seu relato tem que ser informativo!


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