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7 coisas que escuto quando digo que moro em Nova York II

Há pouco mais de dois meses, eu fiz um post aqui no blog compartilhando perguntas e comentários que eu sempre escuto quando digo que moro em Nova York. Para minha surpresa, o post rendeu muitos compartilhamentos e feedback de pessoas que se identificaram com tudo que escrevi. De lá pra cá, fiz algumas anotações e também aproveitei os exemplos da galera para montar a parte 2 deste post. Então, hoje eu divido com vocês mais 7 coisas que sempre me falam quando eu digo que moro em Nova York.

1. Ah, agora eu já tenho onde ficar quando eu for pra Nova York!

Não me entendam mal: eu adoro receber visitas – desde que sejam pessoas que eu receberia se morasse no Brasil também. Você precisa ter um certo relacionamento com alguém pra deixar que essa pessoa se hospede em sua casa, certo? Porém, há quem ache muito conveniente ter um “conhecido” que mora fora – afinal, a gente sabe que hospedagem por aqui não é a coisa mais barata do mundo. Aí, sempre vão rolar aquelas indiretas ou diretas de pessoas que querem tirar uma “casquinha”. Quem não quer uma caminha grátis num sofá em Nova York, né? A resposta é simples: não sou obrigada.

2. Você consegue se alimentar bem? Porque nos Estados unidos só tem fast food, né?

Essa pergunta/comentário é muito recorrente. Obviamente, neste país as redes de fast food reinam. Frango frito, burgers, pizza, batata frita e por aí vai – a gama de opções neste estilo, cheias de gordura, aliadas aos copos gigantes de refrigerante, são bem conhecidas e retratadas em filmes e seriados. Mas, isso não quer dizer que eu almoce cachorro-quente e jante um Big Mac, né? É verdade que os Estados Unidos têm números alarmantes de obesidade, mas, não dá pra generalizar. Especialmente em Nova York, onde as pessoas têm um estilo de vida mais saudável. Eu diria que é mais fácil, para mim, ter uma alimentação saudável aqui do que no Brasil. As opções de comidas leves são inúmeras, há muitos alimentos orgânicos, sem glúten ou sem lactose e também redes de restaurantes dedicadas a pratos saudáveis – e tudo bem mais em conta que no Brasil.

3. Eu moraria fácil em Nova York!

Aqui, entram alguns pontos. Primeiro, a grama do vizinho sempre será mais verde – e brasileiro tem muita síndrome de vira-lata. A gente sempre acha que o outro vive melhor, que tal cidade é um paraíso, que em tal país não há problemas. Ok, não atirem pedras em mim: eu sei que a situação do Brasil pode não ser a melhor no momento, mas isso não significa que não existam problemas em outros lugares. Em Nova York, por exemplo, não dá pra “morar fácil” se você gosta de casas enormes – aqui, os apartamentos são pequenos – e o aluguel é caríssimo. Não é fácil morar num lugar sem conhecer ninguém, não é fácil enfrentar as temperaturas baixas, não é fácil ter que falar uma língua que não é a sua, não é fácil estar longe da família. Claro que tem mais um monte de motivos legais pra morar fora – mas lembre-se: na vida, nem tudo são flores. E visitar uma cidade durante as férias é diferente de ter rotina.

4. E como você se acostumou com a comida?

É óbvio que eu sinto falta de algumas coisas quando o assunto é alimentação – principalmente da comida da minha mãe. Fala sério, tem coisa melhor do que comida de mãe – e comida da vó também? Fora isso, vamos deixar as coisas claras: as opções nos mercados são vastas – inclusive de comidas saudáveis, como falei anteriormente. Se você é um consumidor fiel de produtos brasileiros, há alguns mercados na cidade onde você encontra desde suco Maguary até requeijão. Também há um número grande de restaurantes brasileiros. Aliás, não só brasileiros né: você pode provar todas as cozinhas do mundo nos infinitos restaurantes espalhados pela cidade. Como boa de garfo que sou, adoro experimentar todo tipo de culinária: da tailandesa à indiana, da chinesa à grega. Se não me acostumasse à comida, coitada de mim… ia fazer o que? Ir embora?

5. Eu amo neve! Eu amo frio!

Eu também – mas só quando eu não preciso sair de casa, ou seja? Já falei a respeito das verdades sobre o inverno em Nova York num post aqui no blog e eu digo: não é fácil. Já ouvi histórias de muitos brasileiros que foram embora para a Flórida por conta das temperaturas. Sinceramente, não é algo que me faria abandonar Nova York – porque, para mim, tudo que a cidade oferece compensa o fato das temperaturas baixas. Entretanto, novamente eu bato na tecla do “estar de férias é diferente de viver a rotina de todos os dias”. A neve é muito bonitinha nos parques – mas a lama que ela deixa nas ruas depois de algumas horas só atrapalha. O frio pode ser interessante pra quem está passeando – mas quando ele dura meses é cansativo. Tudo é uma questão de ponto de vista.

6. E o inglês? Você já falava? Já está fluente?

Se vocês me permitem um conselho, aí vai: estude inglês e comece o quanto antes possível. Eu estudei a vida inteira em colégio público – mas como sou da área de Humanas, minhas matérias favoritas sempre foram Língua Portuguesa, Inglês, História e por aí vai. O inglês da escola é muito focado em gramática, mas, fora da sala de aula, eu adorava traduzir as músicas das minhas bandas favoritas – Hanson! Só fui entrar num curso de inglês depois de me formar na faculdade – mesmo sabendo que, para a minha profissão, de jornalista, falar um segundo idioma é essencial. Fiz três anos de curso no Sesc – e essa experiência me ajudou muito quando eu cheguei aqui. Depois de um certo tempo, você só vai aprimorando. Eu me considero fluente, sim, mas jamais parei de investir meu tempo no aprimoramento da língua: seja vocabulário, seja pronúncia. Não espere ter uma oportunidade de morar fora para aprender inglês, não use o valor dos cursos de inglês como desculpa: a internet está aí pra isso, cheia de conteúdo de qualidade e gratuito! Contei sobre minha jornada com o inglês neste post aqui

7.  Vocês fizeram amizades? Seus amigos são brasileiros ou americanos?

Esta é uma das partes mais tristes e chatas de morar fora, pelo menos para mim. Eu passei seis meses bem sozinha, depois conheci várias pessoas, tive a agenda de contatos cheia de números de amigas para ligar e tomar um café. Porém, morar fora é aprender a dizer adeus de tempos em tempos. Aliás, este é um ciclo que se repete na vida de qualquer pessoa – só que, quando você mora fora, os ciclos são mais curtos. Em dois anos aqui, já vi várias amigas irem embora – e sei que, infelizmente, vou ter que me despedir de outras no futuro. E dói, dói muito. Você precisa aprender a lidar com a solidão e ter maturidade para encarar o fato de que vão existir dias em que a amiga que você tanto queria dar um abraço está longe demais. Sobre a nacionalidade dos amigos, não nego: a maioria esmagadora das pessoas dos meus círculos de amizades é brasileira. Mas, isso não é padrão. Acho que tudo depende dos lugares que você frequenta e das atividades que você desenvolve. Mas não dá pra negar que brasileiro é um povo muito mais caloroso.

Gostaram do post? Sentiram falta de algum comentário ou pergunta? Não deixe de conferir a parte 1 deste post, na qual eu listei outras 7 coisas que sempre escuto quando digo que moro em Nova York.

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