Blog da Laura Peruchi – Tudo sobre Nova York
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Viajando sozinho para Nova York – dicas e relatos – parte 1

É incrível como, cada vez mais, as pessoas viajam sozinhas. Eu admiro quem embarca num avião rumo a um país diferente ou até mesmo a uma cidade diferente no Brasil sem companhia, e aberto a todas as experiências. E, pensando bem, tem suas vantagens, né? Não precisa esperar os outros terem disponibilidade para te acompanhar: basta decidir, fazer as malas e se jogar neste mundão. Para encorajar quem está pensando na ideia, eu começo a partir de hoje uma série de posts com depoimentos de pessoas que já viajaram sozinhas para Nova York. Abri um tópico lá no grupo do Facebook – ainda não está lá? Clique aqui e participe – e fiquei feliz da vida com o número de pessoas que se colocou à disposição para dar seu depoimento. Por isso, tive que dividir o post em várias partes – toda semana, teremos novos depoimentos.

Luciana Portela, 34 anos, casada, fotógrafa, artesã e professora de inglês. Já foi au pair e ficou hospedada na casa da host family 

“Em 2008, fui au pair por dois anos em Long Island, NY. Em 2013, decidi visitar a minha host family e alguns amigos por lá – fui sozinha e, como no meio da semana todos trabalham, eu me aventurei sozinha por Nova York, indo para vários lugares e fazendo coisas que não tinha feito quando fui au pair. Fiquei hospedada na casa da minha host family e ia quase todo dia de Smithtown para Nova York.  Durante meu período na cidade, não fiz amizades. Era só eu, minha mochila e minha câmera. Meu maior aprendizado foi perceber que realmente não precisamos de outra pessoa pra fazer as coisas que gostamos. Às vezes deixamos de assistir um show que queremos muito, ou conferir uma peça de teatro por não termos companhia, mas, isso é bobagem. Quando fui au pair, eu me arrependi porque deixei de fazer viagens e outras coisas por não ter companhia.”

Qual o conselho que daria para quem está pensando em viajar sozinho para Nova York? Não deixe de ir, não deixe de conhecer esse lugar incrível.

Qual é a parte mais legal de viajar sozinho? Você não precisa se preocupar se a outra pessoa está cansada, está com fome, se quer ir embora, se quer fazer outra coisa. É só você e você que decide tudo o que quer fazer e a hora de voltar  – ou melhor: sem ter hora para voltar.

E qual a parte mais chata? A parte mais chata é na hora de tirar fotos, porque praticamente todas ficam com cara de selfie e quando pedimos para outras pessoas tirarem a foto algumas são legais mas outras não gostam muito. Outra parte chata é se você precisar ir ao banheiro terá que levar as milhões de sacolas de compras ao banheiro com você, rsrs.

Um programa imperdível para quem viaja sozinho para Nova York é…  são tantos programas legais, tem várias excursões a pé ou de ônibus que são ótimas para quem não consegue pegar o mapa e se aventurar sozinho e também tem a Broadway!

Cristiana Valente Carvalhido,  35 anos, advogada, Belo Horizonte – MG. Ficou hospedada no HI NYC HOSTEL

“Sempre gostei dos EUA, e sempre planejei fazer um curso de inglês no país. Em agosto/2015, houve um bug na venda de passagens no site da American Airlines e aproveitei a oportunidade e consegui uma passagem por R$520, ida e volta com taxas. Como o dólar estava acima de R$4, não encontrei companhia para ir comigo. Então, a solução seria fazer minha primeira viagem sozinha internacional. Fiz um curso de inglês na Kaplan por 15 dias (período das minhas férias). Foi a segunda vez que fui para Nova York – a primeira vez foi em 2009, com minha irmã. Fiquei hospedada no HI NYC HOSTEL e fiz esta escolha por questão financeira, tendo em vista o valor alto do dólar. Meu objetivo foi estudar inglês e eu tinha aulas de segunda a sexta, onde aprendia a gramática, e eu praticava a fala em todos os lugares que eu ia. Faltava apenas praticar a escrita. Então, tive a idéia de entrar no Tinder e com todas as pessoas com quem eu conversava eu pedia para me corrigirem caso escrevesse algo errado. Uma dessas conversas rendeu alguns encontros e uma amizade com quem falo até hoje. Minha maior lição nesta viagem foi aprender a ser minha própria companhia em viagens e não deixar mais de viajar por não ter quem ir comigo”

Qual o conselho que daria para quem está pensando em viajar sozinho para Nova York? Não tenha medo: viajar sozinho te permite liberdade para fazer o que quiser a hora que quiser, como e quando. É poder pensar apenas em você e se programar para aproveitar da melhor maneira possível, é poder observar as pessoas, o que falam, como falam, observar a natureza e as peculiaridades daquele lugar.  Viajar sozinho é uma experiência que todos deveriam ter.

Qual é a parte mais legal de viajar sozinho? Poder fazer o que quiser, a hora que quiser, como quiser, comer o que tem vontade, poder tirar a manhã pra dormir. É poder se surpreender com você mesmo.

E qual a parte mais chata? Não ter ninguém para conversar com você na sua língua para comentar os acontecimentos do dia.

Um programa imperdível para quem viaja sozinho para Nova York é… não digo programa imperdível, mas para ir sozinho para Nova York é necessário SE PERMITIR, fazer coisas que talvez não sejam seu costume, SE DESAFIAR para conhecer o novo e SE DIVERTIR com tudo e qualquer coisa que aconteça durante esses dias sozinhos nessa cidade encantadora.

Neyva Patricia Mesquita Barros , 30 anos, arquiteta, Maceió – AL. Ficou numa casa de família.

“Ainda na adolescência, sonhava em ir fazer o High School nos EUA, mas meus pais não deixaram. Aquilo ficou guardado em mim. Anos mais tarde, ainda em 2013, estava insatisfeita num trabalho e na cidade que morava. Queria mudar, mas, como já era casada e meu marido estaria trabalhando, não poderia embarcar comigo.  Já sentia uma pontinha de vontade de ter filhos, então, achei que era a hora de me aventurar sozinha. E isso em momento algum me amedrontou, porque sempre gostei de fazer coisas sozinha. Não gosto muito de depender dos outros. Adoro fazer as coisas na minha hora, do meu jeito, sem atrapalhar ninguém, ou sem ninguém me atrapalhar. Decidi fazer um intercâmbio e fiquei em uma casa de família no Queens. Acabei fazendo amizades na escola onde estudei e com a minha host mother. Ainda mantenho contato com ela, assim como com minhas amigas Laura, francesa, e Chise, japonesa. Minha host mother é como uma tia super querida. Ela me ensinou a cozinhar os pratos que ela fazia para mim, ia comigo para algumas lojas de itens de casa, como Bed, Bath and Beyond. Na minha segunda vez em Nova York, eu estava grávida e ela me deu dinheiro como presente para minha bebê. E, na minha terceira vez na cidade, ela fez um jantar para receber meus pais, meu marido e minha bebê, já com 10 meses. Ela sempre me aconselhava sobre coisas da vida, e me admirava pela independência. Eu fui a hóspede mais velha que ela já havia recebido – na época eu tinha 27 anos. Meu maior aprendizado foi não ter vergonha de perguntar! E ser humilde quando reconheço que não sei sobre algo”.

Qual o conselho que daria para quem está pensando em viajar sozinho para Nova York? Planeje, pesquise e realize. Não há de que ter medo. Quando confirmei que iria, eu só lia blogs e pesquisava tudo: sobre a região que ia morar, o entorno da escola, os pontos turísticos, tudo tudo tudo. Para alguns, o medo pode ser o fato de não dominar o idioma, mas não passei por isso porque eu já falava bem inglês.

Qual é a parte mais legal de viajar sozinho? Fazer seu próprio horário! Conhecer os lugares que você quer e não ser obrigado a seguir um roteiro.

E qual a parte mais chata? Na hora das fotos, ainda não existia o selfie sticker, então, eu tirava as fotos sozinha, sempre do ombro pra cima. Algumas vezes consegui pedir pra alguém tirar a foto pra mim.

Um programa imperdível para quem viaja sozinho para Nova York é… descansar nas espreguiçadeiras do High Line. Fiz muito, pensei muito na minha vida, agradeci muito a Deus pela oportunidade. E ir comer os cupcakes mais gostosos que já comi na vida, os da Sprinkles. Falando em comer, isso é algo que não se deve poupar numa viagem dessas! Eu provei de tudo, mas também andava muito, então não tinha medo de engordar, pelo contrário: consegui perder 10 quilos durante o mês que fiquei em Nova York. Eu saía da aula perto do meio-dia, ia almoçar e começava as andanças. Só chegava em casa perto das 19hs. Todos os dias.

Juliana Lima, 25, economista, São Paulo-SP. Ficou hospedada em um hotel. 

“Minha viagem para Nova York representou uma passagem da minha vida entre a “velha” e “nova” Juliana. Tomei a decisão de pedir demissão do meu emprego para me dedicar aos meus estudos – quero fazer mestrado e, quem sabe, futuramente, um doutorado em economia. Mas, após cumprir o período para a demissão e antes de iniciar minhas aulas no curso preparatório para o mestrado, que é em regime de dedicação exclusiva, resolvi viajar para os EUA. Não tive que pensar, já tinha o destino decidido. Nasci e moro em São Paulo e sou apaixonada por ambientes urbanos e a rotina das grandes cidades e Nova York é a referência quando pensamos em um ambiente assim. Fui com o intuito de realmente aproveitar a cidade e foi o que eu fiz.  Enlouqueci com o lugar, com os tours das minhas series preferidas (Gossip Girl e Sex and the City), com os musicais da Broadway, com a visão maravilhosa da Ponte do Brooklyn, com as estátuas do Madame Tussauds, com a Barnes & Noble, enfim, com cada passo que dei (e com os que eu não dei também, mas que me deixaram com uma vontade louca de voltar logo). Eu fiquei hospedada em um hotel, porque me sentiria mais à vontade em um quarto só para mim. Queria ter minha privacidade nos meus momentos de descanso. Fiquei hospedada no Hotel 31, simples, mas confortável e bem localizado, próximo à estação de metrô e a atrações como Empire State Building e Biblioteca Pública de Nova York. Consegui fazer a maior dos meus passeios a pé e ficar até tarde na rua, batendo perna em Manhattan. Uma ótima relação custo-benefício. Eu me hospedaria de novo ali e sempre indico para os meus amigos que estão indo para Nova York. Apesar de não ter banheiro no quarto, isso não é um problema, porque o banheiro fica do lado e esteve sempre limpo e disponível nos dias em que fiquei hospedada.

Também fiz amizades. Quando você viaja sozinha, o espaço para conversar com outras pessoas é muito maior. Como a Carrie Bradshaw, de Sex and the City, fala: “você nunca está sozinho em Nova York, a cidade é sua companhia”. Conversei com várias pessoas enquanto estive na cidade e geralmente no meu dia a dia em São Paulo não tenho esse costume. As pessoas são muito abertas para ajudar, para conversar, para falar sobre a cidade e para saber de onde você vem e o que você está achando da cidade. Conversei com taxistas, com baristas do Starbucks, com pessoas na rua quando pedia informação, com vendedores das lojas em que fui, com turistas nos city tours que fiz… Enfim, acho que em cada canto que fui, pude conversar com uma pessoa diferente e isso tornou minha viagem bem divertida. Ganhei um cookie de um barista do Starbucks uma vez, porque sou meio metódica e sempre tomava café da manhã no mesmo Starbucks próximo ao hotel. E cheguei à sair com a minha vizinha do hotel – ela era da Pensilvânia, se não me engano, mas mora no hotel em Nova York. Conversávamos pelos corredores e um dia ela me convidou para tomar um café e visitar alguns pontos da cidade que eu não iria se estivesse sozinha, aqueles lugares que só quem mora na cidade conhece. E tenho contato até hoje com uma brasileira que conheci no city tour de Gossip Girl e que está comigo em uma das fotos. Quando você viaja, ainda mais no meu caso, é clichê, mas realmente pode ver sua vida sob uma perspectiva diferente. Viajei para sair da minha zona de conforto e pensar melhor no que eu tinha feito até ali e no eu faria dali em diante. A viagem reforçou a minha decisão e me deu mais segurança para seguir em frente”

Qual o conselho que daria para quem está pensando em viajar sozinho para Nova York? Acho que o melhor conselho que eu posso dar é “viaje”. Nova York é o melhor destino para viajar sozinho. Você não se sente sozinho e nem entediado, tem muita coisa para fazer todos os dias. Só o ato de simplesmente andar já é uma super atração da cidade. E andar não é difícil, pois as ruas e avenidas são numeradas e têm uma lógica, que assim que você entende consegue ir para qualquer lugar. E, principalmente, “aproveite”. Sei que muitos brasileiros gostam de fazer compras, mas só faça compras se realmente tiver tempo para perder com compras, porque não vale a pena perder a cidade dentro de uma loja. As lojas são gigantes e se você não tem um objetivo pode perder bastante tempo. O que eu comprei foram coisas que estavam no meu caminho, lembranças. E é uma delicia olhar para essas coisas agora, pois elas estão espalhadas pela minha casa e realmente me remontam a momentos que vivi na cidade”

Qual é a parte mais legal de viajar sozinho? A viagem é sua, você determina as atrações do dia, que horas você sai e que horas você volta, quanto tempo você vai ficar nos lugares. Além disso, tem mais espaço para conversar com as pessoas.

E qual a parte mais chata? Não ter alguém para compartilhar os momentos que você vive. É algo que é só seu, por mais que você fale e mostre fotos depois, não é a mesma coisa do que viver aquilo. E muitas vezes você pensa nas pessoas que fazem parte da sua vida e como cada uma delas curtiria alguma coisa que você está vendo. E tirar fotos é bem difícil também, tem que se virar com as selfies, com as ferramentas como tripé e selfie sticker e com a cara de pau de pedir para as pessoas tirarem fotos de você.

Um programa imperdível para quem viaja sozinho para Nova York é…  espetáculos da Broadway. Pode parecer caro, principalmente quando você converte, mas vale cada centavo, é uma experiência maravilhosa. Além disso, há espetáculos à tarde e à noite, então não tem desculpa para não ir.

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